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Vale De Anta

Vale De Anta

Caixa de correio "anti-virus".

 Original caixa de correio no Cando

 

Quando o artista idealizou e realizou esta obra de arte, o mais certo era que ainda nem sequer existisse energia eléctrica em Vale-de-anta . Estaria longe de pensar o que a técnica e a engenharia iriam evoluir nas décadas seguintes.

Hoje em dia este objecto encontra-se em risco de desaparecer, pois a tradicional carta manuscrita em papel praticamente já não existe. Quando foi a última vez que escreveram uma carta a um amigo ou a um familiar?

A carta caiu em desuso e foi trocada pelo e-mail.

Agora, até as contas de electricidade , água, gás , etc , são fornecidas  em formato digital e enviadas por e-mail para a nossa caixa de correio virtual.

Esta caixa de correio tem uma série de vantagens em relação ao e-mail:

  1. não necessita um computador para ver o correio
  2. se houver corte de energia consegue ver o correio na mesma
  3. não apanha vírus
  4. não precisa de uma ligação à  net
  5. não encrava..

 Aqui fica a minha homenagem para o artífice que fabricou esta original caixa de correio e já agora escrevam mais cartas.

 

 

Fonte e tanque da Granjinha.

Desde que iniciei este blog fiz várias tentativas para fotografar esta fonte e o tanque que fica mesmo ao lado. Infelizmente, o caminho que lhe dá acesso é um autentico mar de lama e ervas altas, como a foto documenta. Como no passado fim-de-semana não choveu finalmente consegui alcançar a dita fonte para a fotografar.

Pude constatar que se encontra num estado de abandono total. Faço daqui um apelo ao Presidente da Junta, que é uma pessoa sensata, para que passe por lá para ver com os próprios olhos e que depois tome alguma medida para alterar a situação.

Não podemos deixar o nosso património ao abandono e muitas vezes destruí-lo como já foi feito por Juntas anteriores, há décadas atrás. Todos sabemos que há uns anos atrás as pessoas não tinham grande consciência, nem estudos e conhecimentos sobre o património  que têm agora. Era preciso deitar abaixo e deitava-se sem se pensar que se estava a destruir património que é de todos.

Felizmente os tempos mudaram, pelo menos já não se destrói .

 

Cegonhas da Lama ou baldões da Lama.

Uma Cegonha é um engenho que possui uma peça comprida, à semelhança do pescoço de uma cegonha, e que serve para tirar água dos poços. Estes dispositivos eram feitos em madeira e basicamente eram constituídos por dois troncos articulados. Um deles era fixo na vertical e tinha a forma de fisga na extremidade. Na fisga era colocado um ferro que fazia de eixo em torno do qual rodava o outro tronco que era furado a meio para poder ser trespassado pela barra de ferro. Assim era possível  a movimentação do balde, que ficava suspenso por um gancho metálico na extremidade do braço móvel, para se poder baixar e retirar a água do poço. Na outra extremidade do tronco móvel eram amarradas algumas pedras para fazerem de contrapeso e assim "tornar o balde mais leve" e mais fácil de manusear.

Junto aos poços  havia, normalmente, um tanque em pedra (como se vê na foto) para onde eram despejados os baldes de água. De seguida a água era retirada para os rêgos. Normalmente nas hortas regava-se ao rêgo. Eram cavados vários rêgos na parcela de terra a regar. Cavava-se um principal e vários secundários que eram abertos ou fechados com terra, conduzindo assim a água, com a ajuda de uma enxada . Chamava-se a isto virar a água ao rêgo.  

Este foi o sistema utilizado pelos nossos antepassados durante muitos anos mas agora caiu em desuso com a introdução das moto-bombas.

Nesta foto podemos ver o pormenor do gancho metálico onde era preso o balde.

Nesta zona da Lama existem 3 cegonhas em abandono. Acho que uma delas pertencia ao Tio Jacinto que, enquanto foi vivo, manteve sempre a sua hortinha como um brinco e a sua cegonha em bom estado. O Tio Jacinto era um homem engraçadíssimo que gostava de falar a rimar. Uma das suas frases era a seguinte: "Eu sou o senhor Jacinto e quando digo a verdade, não minto".    

Cruzeiro da Abobeleira.

Este é um dos 3 cruzeiros que existem na nossa freguesia.

Cruzeiro é uma cruz geralmente em pedra embora raramente apareça também em madeira, e que normalmente é colocada sobre uma plataforma com alguns degraus ou sobre a extremidade de espigueiros.

Os cruzeiros podem ser de diversas dimensões.

Normalmente os cruzeiros são colocados nos adros das igrejas, cemitérios, lugares elevados ou em encruzilhadas de caminhos.

Existem em grande quantidade em regiões como Portugal, Galiza, Irlanda e Inglaterra.

Pelourinho ou picota são colunas de pedra colocadas em lugar público da cidade ou vila onde era feita justiça. Tinham também direito de pelourinho os grandes donatários, os bispos, os cabidos e os mosteiros, como prova e instrumento da jurisdição feudal. Em Portugal, os pelourinhos ou picotas (esta a designação mais antiga e popular) dos municípios localizavam-se sempre em frente ao edifício da câmara, desde o século XII. Muitos tinham no topo uma pequena casa em forma de guarita, feita de grades de ferro, onde os delinquentes eram expostos à vergonha pública. Noutros locais os presos eram amarrados às argolas e açoutados ou mutilados, consoante a gravidade do delito e os costumes da época.

De estilo românico, gótico ou renascentista, muitos dos pelourinhos em Portugal constituem exemplares de notável valor artístico.

Segundo Alexandre Herculano e Teófilo Braga, os pelourinhos tiveram origem na columna moenia romana que distinguia com certos privilégios, as cidades que os possuiam.

Os pelourinhos normalmente são constituídos por uma base sobre a qual assenta uma coluna ou fuste e terminam por um capitel.

Nalguns pelourinhos, em vez da base construída pelo homem, eram aproveitados afloramentos naturais.

 Ao contrário do que tinha escrito inicialmente neste post não existe nenhum pelourinho na nossa freguesia. Existem 3 cruzeiros. Obrigado ao amigo J. Pereira pelo alerta.

Ilustre Conterrâneo.

Ídolos de Outrora - Pavão

Nasceu em Chaves no ano de 1947. O seu nome completo era Fernando Pascoal das Neves, mas desde cedo lhe puseram a alcunha “Pavão”, porque fintava os adversários com os braços abertos. Deu os primeiros passos no Desportivo local mas ainda com idade de Júnior, António Feliciano, viu nele um talento e levou-o para as Antas. Corria então o ano de 1964.
A chamada à equipa principal do F.C.Porto não tardou, chegando com o tempo a capitão e assumindo-se como a estrela da companhia, facto que só perdeu com a contratação do fantástico Cubillas. Pavão era um ídolo para maior parte dos portistas!
Diz quem o viu jogar que era um jogador genial dotado de uma visão de jogo impressionante e que só o facto de vestir de azul e branco o impediu de atingir uma maior dimensão a nível da Selecção Nacional de futebol.

No dia 16 de Dezembro de 1973, o F.C.Porto recebia o Vitória de Setúbal, equipa treinada por Pedroto, para a 13ª jornada do campeonato. Aos 13 minutos de jogo, quando o FêCêPê já ganhava e as bancadas estavam em festa já que o Vitória era uma das melhores equipas do campeonato, Pavão faz uma abertura para Oliveira e cai inanimado.
Segundo rezam os relatos, ninguém, à excepção do médico do clube, Dr. José Santana, se apercebeu imediatamente da gravidade da situação. O jogador foi transportado de urgência para o hospital onde todas as tentativas para o reanimar não são bem sucedidas. O jogo prosseguiu com informações difusas surgindo via rádio, colocando os portistas presentes no estádio com uma dor no coração. Ao intervalo, aos altifalantes do estádio, apelava-se à calma indicando uma indisposição como razão da ida de Pavão ao hospital. Não se tem a certeza se no início da segunda-parte os jogadores já saberiam do facto consumado, mas o facto é que o jogo decorreu num clima esquisito.
No final do encontro, alguém falou ao estádio através dos altifalantes e confirmou a morte de Pavão. Diz quem lá esteve que foram momentos de arrepiar quando um silêncio sepulcral tomou conta de milhares de pessoas ao mesmo tempo que jogadores e técnicos procuravam consolo no colega mais próximo!
Foi com toda a certeza, o dia mais triste do Estádio das Antas e um dia que muitos portistas não esquecerão!

Lagar dos Mouros.

Este era um local que eu pretendia fotografar desde que criei este Blog. Ainda não o tinha feito pois desconhecia a sua localização. Sabia que se situava no Cando , mas não sabia bem onde. Neste fim de semana finalmente descobri que se encontrava no quintal de um simpático casal que me recebeu muito bem, o senhor Augusto e a dona Germana.

Segundo eles me contaram existem duas versões sobre este monumento. Uma é a de que se trata de um lagar e respectiva lagareta e outra, completamente distinta, que constitui um altar de emulação. Neste local seriam sacrificados animais. Estas são as versões apresentadas por diversos arqueólogos nacionais e estrangeiros que já visitaram este achado.

Se puderem passem por lá, pois com certeza serão bem recebidos pelos guardiões deste local histórico. 

Freguesia de Valdanta.

Valdanta, freguesia com a área de 9,84 km2, uma população de 1 193 habitantes e 943 eleitores, é formada pelas povoações de Valdanta, Abobeleira, Cando e Granjinha.  As aldeias da freguesia produzem, abundantemente, batata, centeio e milho, além de variadas hortaliças. Em Valdanta destaca-se, pela sua imponência, a igreja paroquial, contendo um belo campanário lateral e uma pedra epigrafada embutida na parede. Como é um aglomerado urbano situado muito perto da cidade, a sua construção foi sendo modernizada, restando reduzido número de edifícios com traçado antigo. Toda a região que ocupa esta freguesia poderá considerar se uma estação pré histórica, tantos são os vestígios dessa época, que foram encontrados. Mas, a maior importância é lhe conferida, sobretudo, pela estação rupestre, situada muito perto do povoado, no local denominado de Outeiro Machado. É um interessante aglomerado de rochas, com inúmeras insculturas, principalmente na maior de todas, onde abundam centenas de petroglifos com os mais variados e estranhos formatos. Entre eles distinguem se os que têm formato em cruz e em ascia, o machado que deu o nome ao Outeiro. É costume da aldeia o canto dos Reis de S. Sebastião, originado numa promessa centenária, colectiva, para que a peste cessasse de dizimar a população. Nasceu nesta aldeia o notável missionário padre José J. Barrigas, vigário geral de Singapura.

Abobeleira é de grande importância para os estudiosos da romanização pois possui uma barragem dessa época que tem sido motivo de investigação de muitos arqueólogos e historiadores, tentando descobrir qual a função principal desse equipamento. Há quem defenda a tese de que serviria para abastecer de água a Aquae Flaviae, isto é a cidade de Chaves do tempo dos romanos: enquanto que outros historiadores consideram que se destinaria àlavagem do ouro proveniente das minas de Outeiro Machado ou Bachocas.

Cando por este pequeno povoado passaria uma das grandes vias romanas que de Bracara Augusta seguiria até Asturicam. Como documentos históricos, possui também esta pequena aldeia pedras com insculturas rupestres e um lagar com lagareta, também cavados na rocha. Bonito, bonito é o interior da capela da Senhora da Lapa, do século XVII com um tecto em caixotões ricamente pintados com cenas bíblicas. É nesta aldeia que funciona o Clube Flaviense de Caça e Pesca Desportiva.

Granjinha foi uma vila romana, quando essa civilização dominou esta região. Poderá imaginar se o conjunto arquitectural que nessa época aí existiria se forem analisados os achados que na sua área se encontraram constituídos por aras, mosaicos, capitéis, tijolos, cerâmicas. uma lápide com uma inscrição dedicada aos deuses Lares 12', estelas funerárias e tantos outros vestígios de romanização que se encontram no Museu da Região Flaviense. A marca da mitologia também aí se encontra figurada pela denominada Fonte da Moura. Possui esta pequena aldeia uma das mais interessantes capelinhas românicas ou mesmo visigótica. O altar da capela assenta sobre uma ara romana dedicada à Tutela do Município dos Aquifarienses

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